A reeducação alimentar deve começar desde cedo. Normalmente, a glicemia e a produção de insulina aumentam com a evolução da gravidez, influenciadas pela mudança hormonal e para favorecer o crescimento do bebê. Em algumas mulheres, esse mecanismo não é capaz de cumprir sua tarefa de metabolizar a quantidade suficiente de açúcar circulante no sangue, e aí temos a famosa diabetes gestacional.
A diabetes aparece geralmente após a 20ª semana e afeta de 5 a 10% das gestações e pode trazer sérios riscos ao bebê.
A obesidade aparece como principal fator de risco, porém outros fatores podem estar associados ao aparecimento dessa doença neste período, como a idade avançada, a falta de atividade física, alimentação desequilibrada, o ganho de peso excessivo, histórico familiar de diabetes e o próprio stress.
A Terapia Nutricional é parte fundamental no plano terapêutico da diabetes gestacional e baseia-se nos mesmos princípios de uma alimentação saudável. Seguem abaixo algumas das principais orientações:
- Em primeiro lugar, é muito importante controlar as calorias ingeridas, pois a restrição calórica e o controle do peso são essenciais para a manutenção adequada da glicemia;
- Não pule as refeições pois o fracionamento também faz parte do controle da glicemia;
- A ingestão diária deve conter de 50 a 60% de carboidratos, evitando açúcares simples (açúcar fino, balas, doces, massas e pães). Para tanto a gestante deve ser encorajada a aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras como frutas, verduras, legumes, feijões e cereais integrais. As fibras, principalmente as solúveis, diminuem o tempo de absorção da glicose quando ela está ainda no intestino;
- Os carboidratos de baixo índice glicêmico (cereais integrais, arroz integral, feijões, quinoa, aveia, pães integrais) demoram mais para serem digeridos, liberando a glicose mais lentamente, não elevando os níveis sanguíneos;
- As frutas não devem ser excluídas do cardápio, porém seu consumo deve ser moderado, pois elas fornecem frutose e glicose também. Prefira consumi-las nos intervalos das refeições e se possível sempre adicione fibras (algumas boas opções são a farinha de linhaça, farinha de chia e farelo de aveia);
- Evite ao máximo alimentos que precisem ser adoçados. Um adoçante com uso aprovado pela ADA (American Diabetes Association) é a sucralose, porém seu consumo deve ser moderado;
O segredo então é a prevenção!!!! E lembre-se: a qualidade e a quantidade estão diretamente ligados a uma boa reeducação alimentar!
Camila Tomé de Primo Baldez
Formada em Nutrição no Centro Universitário São Camilo e MBA em Marketing pela ESPM.